
Da Minha Quebrada
Minha casa é o centro do mundo
A mostra “Da Minha Quebrada” traz o olhar de dez fotógrafxs para a sua própria comunidade. Ao contrário da visão estrangeira, esses pequenos ensaios, compostos cada um por três fotos, registram uma representação próprio de quem é parte. Por isso mesmo, cada imagem está carregada de memória e afetos diversos. De uma certa forma, esse conjunto de fotografias se apresentam como uma forma de redistribuir gravidades e demarcar novos centros. A nossa casa/comunidade é o centro do mundo. É a partir do lugar de onde viemos que temos chaves de entendimento do todo.
As conexões com o espaço se ajustaram de uma maneira particular nos tempos da pandemia. Com as restrições de circulação, as fronteiras tão largas da globalização se encurtaram bruscamente aos limites da vizinhança e dos laços familiares e comunitários. Da janela, da rua de casa, dos familiares e vizinhos, o que vemos nesta mostra é uma forma de dizer sobre si e sobre o todo - porque é do particular que se faz o uno.
Nesse recorte, encontramos a comunidade de Portelinha, em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, fotografada por Sérgio Ricardo e o Alto Santa Terezinha, no Recife, fotografado por Kayo na Real. Carol Alves mostra o seu Morro da Conceição – de dentro e fora de casa, enquanto Bárbara Conceição mostra a sua Mustardinha em seu comércio informal vazio.
Larissa Batista retrata a comunidade pesqueira de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul Pernambucano, ao lado de um conjunto de fotos de Fran Silva, que registra as águas de Brasília Teimosa. Joy Thamires e Junior Silva apresentam, cada um, o seu Ibura, enquanto Tayná Nunes tira fotos de moradorxs do seu povoado de São Lourenço, no distrito de Tejucupapo, em Goiana. Por último, a fotógrafa Priscila Melo nos mostra um tríptico de Água Fria em tons surrealistas de verde laranja e azul.
