
Coque
De periferia para periferia – o Coque é nosso ponto de partida
O Coque, comunidade localizada na região central do Recife, é o ponto de partida do projeto Narrativas Periféricas do Fim Desse Mundo. É desde esse território que nascem as ações da Rede Coque Vive, em 2006, o que, por sua vez, desemboca no Coquevídeo (coletivo proponente desta mostra). Essa periferia – o Coque – através dessa ação, se abre para dialogar e trocar com outras de todo o Estado de Pernambuco. Ao mesmo tempo em que revela suas especificidades, seus/suas artistas, também investiga, por meio da arte, o que há de partilha nessas existências periféricas, em seu sentido amplo. O gesto fortalece modos de existências periféricos pela potência criativa e crítica que há de comum entre eles.
Nesse pequeno recorte de cinco vídeos de realizadorxs do Coque, encontramos desde a “Fúria Travesti”, de Anne Lírio, à experimentação de Laryssa Oliveira em “Tempos Turvos desse Fim”. A primeira, enquanto performa diante de uma parede vermelha, escancara a força e a vulnerabilidade do seu corpo; a segunda investiga desde sua janela o movimento repetitivo do metrô que passa ao lado de sua casa, buscando na “maré” do Rio Capibaribe um lugar de respiro.
A visão do trabalhador informal e precarizado aparece em duas obras: Em “Na Onda do Delivery”, @Nillaeu retrata o cotidiano de um entregador da empresa Rappi, que reflete com agudeza sobre sua própria condição de exploração. Já em “Pipoca Nossa de Cada Dia” Daniel Lackberg entrevista vendedorxs ambulantes que trabalham no terminal integrado de Joana Bezerra e revela as dificuldades e violências, que a pandemia só agravou. A fotoperformance "La Bruja", assinada por Lucas Emanuel, por sua vez, é uma série fotoperformática de mergulho em auto-descobertas a partir das transformações físicas e sutis vividas durante a quarentena.
